Esses dias encontrei um trecho
de um texto de Jung que me chamou muita atenção, não pelo o que ele se
refere sobre sonho e interpretação de sonho, mas por se tratar de nosso
descuido com a psique.
É muito fácil atribuirmos o desconhecido ao ‘psicológico’, mas ao mesmo
tempo que dizemos isso, desprezamos a força e a função importantíssima
da psique em nosso organismo.
Me atrevo a atribuir um título para esse parágrafo de Jung:
‘É só psicológico…’
‘Neste período da história humana em que toda a energia disponível é
dedicada ao estudo e a investigação da natureza, dedica-se pouquíssima
atenção à essência do homem –a sua psique- enquanto multiplicam-se as
pesquisas sobre as suas funções conscientes. No entanto, as regiões
verdadeiramente complexas e desconhecidas da mente, onde são produzidos
os símbolos, ainda continuam virtualmente inexploradas. E é incrível
que, apesar de recebermos quase todas as noites sinais enviados por
estas regiões, pareça tão tedioso decifrá-los que poucas pessoas se
tenham preocupado com o assunto. O mais importante instrumento do homem,
a sua psique, recebe pouca atenção e é muitas vezes tratado com
desconfiança e desprezo. ‘É apenas psicológico’ é uma expressão que
significa, habitualmente: ‘Não é nada’
De onde exatamente virá este imenso preconceito? Estivemos sempre tão
manifestamente ocupados com o que pensamos que nos esquecemos por
completo de indagar o que pensará a nosso respeito a psique
inconsciente.’
Referência:
JUNG, C G. O Homem e Seus Símbolos, 18º edição pag. 102